quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Relatos de Pessoas que servem o mesmo Deus que o nosso.

“A dor era tanta que eu comecei a gritar. Em seguida, ele pegou o pano que usava para lustrar os seus sapatos, enfiou na minha boca e o deixou lá por quase três horas”.


Lamb diz que a igreja chinesa cresce rapidamente, porque é perseguida. E ela é perseguida, porque os crentes chineses são firmes na defesa da sua fé. O texto áureo da apologética cristã é 1 Pedro 3.14b,15: “Não temam aquilo que eles temem, não fiquem amedrontados. Antes, santifiquem Cristo como Senhor em seu coração. Estejam sempre preparados para responder (apologeo) a qualquer pessoa que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês. Contudo, façam isso com mansidão e respeito”. Pedro nos exorta a defender a fé, a santificar o Senhorio de Cristo, especialmente no contexto de perseguição e sofrimento, que já acontecia com freqüência no seu tempo. Pedro orienta os cristãos a não temerem nem se amedrontarem com intimidações, agressões, torturas ou até mesmo prisão. Foi esta atitude que tomaram os crentes da igreja-domiciliar chinesa. A resposta deles é uma demonstração do tema central da apologética cristã, tanto defensiva quanto ofensiva. Defensiva, por causa de sua disposição de sofrer e morrer por Jesus e de amar os seus torturadores. São atitudes que mostram a realidade do Senhorio de Cristo e o amor de Cristo por amor ao evangelho. Estas atitudes são também bastante ofensivas, porque, ao reconhecer Cristo como seu único Senhor, estes discípulos perseguidos de Jesus ofendem todo sistema de fé que crê de outra forma. Esta se tornou uma das razões mais importantes para a sua perseguição. Desde 1949, a história da igreja na China tem sido de perseguição e sofrimento. E precisamente por passar por diferentes estágios de sofrimento e perseguição, a igreja da China se transformou de uma tímida igreja institucional “de cores estrangeiras” numa igreja intrépida, nacional, não institucional, e mudou a sua característica de igreja dependente de missões para uma igreja missionária independente. É uma igreja que tem percorrido o caminho da cruz, seguindo os passos do seu Senhor: traição, julgamento, humilhação, abandono, sofrimento, morte, sepultamento, ressurreição e o dom do Espírito do Pentecoste. O perfil histórico da igreja sofredora na China de fato lembra o rosto do Servo do Senhor, que sofreu por ela.
O modelo tradicional do relacionamento igreja-estado na China é a supremacia do estado sobre a religião. Na China tradicional, o imperador detinha o mais alto poder. Hoje, este modelo de supremacia do estado e ortodoxia oficial persiste na China como estado socialista totalitário. Ou seja, não há uma separação entre igreja e estado como entendemos no ocidente. A igreja é obrigada a viver de acordo com as políticas religiosas do partido comunista chinês (PCC) e as ordenanças legais do estado. O estado tem a sua própria ortodoxia, que são o marxismo, o leninismo e o pensamento de Mao, que o partido busca propagar (depois do 15º Congresso do PCC, foi acrescentado o pensamento de Deng Xiaoping). Todas as demais ideologias e crenças são consideradas “heterodoxas” (que se afastam das crenças aceitas). As atividades religiosas realizadas fora do controle do estado não são apenas consideradas heterodoxas na ideologia, mas também “ilegais” e, portanto, passíveis de processo criminal, que é uma forma legalizada de perseguição. As igrejas-domiciliares que se recusam a se cadastrar com o estado e que, portanto, conduzem suas atividades fora do Movimento Patriótico da Tríplice Autonomia (esfera de controle), entram nesta categoria de “atividades religiosas ilegais”; e algumas das igrejas-domiciliares organizadas ativas na expansão evangelísticas são rotuladas de “grupos sectários” e os alvos preferidos dos ataques do estado (Nota do Editor: As organizações norte-americanas de filantropia não são obrigadas as se registrar. Elas só o fazem para desfrutar os benefícios de isenção de impostos).

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